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Casal de Aracruz cai em golpe na compra de carro e perde R$ 38 mil

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Um casal de Aracruz que planejava iniciar o ano de 2020 com um novo carro foi vítima de um golpe e ficou no prejuízo e R$ 38 mil. O fato ocorreu no início da tarde desta segunda-feira (13). Imagem ilustrativa
 

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Moradores do bairro Vila Nova, marido e mulher, 50 anos negociaram a compra de um veículo Hyundai HB 20 de um homem de 73 anos, morador de Jacaraípe, no município de Serra.

O contato entre as partes foi feito intermédio de um homem que passou por um major da polícia Militar de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do ES.
 

Após compradores e vendedor tratarem dos últimos detalhes pessoalmente, o casal efetuou o pagamento através de transferência bancária, e o negócio estaria concretizado se não fosse por um importante detalhe: a conta para a qual o dinheiro foi transferido não pertencia ao vendedor, mas sim ao intermediário. As vítimas ligaram inúmeras vezes para o criminoso, mas ele já não atendia as ligações e ficou com todo o dinheiro do casal, R$ 38 mil.
 

Procurado pelo vendedor do veículo, o verdadeiro major da PM citado pelo intermediário desmentiu envolvimento na negociação do veículo. Ao perceberem que se tratava de um golpe, as partes procuraram a polícia.
 

Somente em Aracruz, pelo menos 10 vítimas já caíram no golpe que vem sendo aplicado por todo o Brasil. Em outros dois casos ocorridos no município, uma das vítimas teve um prejuízo de mais de R$ 30 mil e a outra, que negociava a compra de um Toyota Corolla, amargou a perda de R$ 89 mil.
 

 

Como funciona o golpe
 

De acordo com o delegado Rodrigo Peçanha, titular da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Aracruz, que conversou com nossa reportagem, o golpe é aplicado por quadrilhas especializadas. Os criminosos copiam anúncios em páginas de vendas e criam o próprio núncio com um novo telefone para atrair o comprador interessado em adquirir o veículo do anúncio original.
 

Ao atender a ligação do cliente, o estelionatário se identifica com o nome de alguém normalmente conhecido ou que ocupe uma posição de respeito na sociedade. Neste último caso, por exemplo, o nome usado foi o de um major da PM de Cachoeiro de Itapemirim. Quando o cliente busca informações sobre o nome dado pelo intermediário, vê que se trata de uma pessoa íntegra e se sente segura para fazer o negócio. Alegando que o vendedor lhe deve algum dinheiro, o estelionatário passa ao comprador o número de uma conta para depósito do pagamento.
 

No passo seguinte, o criminoso liga para o vendedor e o coloca em contato com o comprador para que efetuem a transação. Havendo falha na comunicação entre comprador e vendedor, quem se dá bem é o criminoso.
 

“Os estelionatários normalmente usam argumentos muito convincentes para enganar as vítimas.
A orientação é que em uma negociação as partes conversem bastante, acertem todos os detalhes e tirem todas as dúvidas sobre valores, forma de pagamento e a conta na qual deve ser feito o depósito” alertou Peçanha.


 

Recuperação do dinheiro


A reportagem do Site Aracruz quis saber se é possível que a vítima recupere o dinheiro, mas a resposta do delegado não foi nada animadora.
 

“Em outro caso semelhante que estamos com as investigações mais avançadas, a justiça determinou a quebra do sigilo bancário da conta favorecida. Observamos que logo após o depósito, o dinheiro foi transferido para outras quatro contas em nomes de laranjas e posteriormente transformadas em bitcoins (moeda eletrônica!. Os titulares nem sabiam da existência dessas contas. Isso torna muito difícil a recuperação”, concluiu o delegado.