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Ministério da Saúde prepara ações contra médicos que lucram com conteúdo antivacina, diz Padilha

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Alguns médicos alguns médicos estariam comercializando ao custo de R$ 685 e consultas de até R$ 3,2 mil.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou neste domingo (16) que a pasta está organizando um conjunto de medidas para enfrentar profissionais que divulgam — e comercializam — conteúdos antivacina nas redes sociais, especialmente relacionados a uma suposta síndrome sem reconhecimento científico.
 

As declarações foram feitas após Padilha compartilhar, no X (antigo Twitter), uma reportagem publicada pelo Estadão, que detalha a venda de medicamentos, cursos, consultas e materiais associados à chamada “síndrome pós-spike”, ou “spikeopatia”. A teoria afirma que doses de reforço da vacina contra a Covid-19 provocariam doenças crônicas, mas não há qualquer evidência científica que sustente essa hipótese, como reforça o Ministério da Saúde.

Segundo a reportagem do Estadão, alguns médicos têm oferecido tratamentos com base nessa suposta síndrome, utilizando protocolos sem validação científica, além de comercializar cursos que chegam a custar R$ 685 e consultas particulares avaliadas em até R$ 3,2 mil.

No X, Padilha disse que trabalha em conjunto com o advogado-geral da União, Jorge Messias, para adotar as medidas jurídicas cabíveis.
“Diferente de outros governos, não seremos lenientes com o negacionismo!”, escreveu o ministro.
Ele acrescentou ainda: “O Ministério da Saúde, junto com o ministro Jorge Messias, acionará todas as medidas cabíveis para impedir que essas pessoas continuem colocando em risco a vida da nossa população e ainda ganhando dinheiro com isso! O negacionismo na saúde e no clima mata, desagrega famílias e prejudica a economia”.

De acordo com o Estadão, já nesta segunda-feira (17) o Ministério da Saúde deve dar início aos procedimentos legais para responsabilizar os profissionais envolvidos.

A teoria defendida pelos médicos faz referência à proteína spike — utilizada pelas vacinas de RNA mensageiro para estimular a resposta imunológica contra o coronavírus. Segundo os defensores da “síndrome pós-spike”, essa proteína permaneceria no organismo por tempo prolongado, provocando doenças crônicas.

Em nota divulgada em agosto, no entanto, o Ministério da Saúde classificou essa alegação como falsa, reforçando que os imunizantes aprovados no Brasil são seguros e fundamentais para a proteção da população.