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Lula e Trump conversam por telefone e reforçam retomada das relações entre Brasil e Estados Unidos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, na manhã desta segunda-feira (6), um telefonema do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma conversa descrita como amistosa e produtiva. Segundo nota divulgada pelo Governo Federal, o diálogo entre os dois líderes durou cerca de 30 minutos e teve como foco a reaproximação diplomática entre os dois países.
Durante o contato, Lula e Trump recordaram o bom entendimento que tiveram durante a Assembleia Geral da ONU, realizada em setembro, em Nova York, e reiteraram a impressão positiva daquele primeiro encontro. O presidente brasileiro classificou a conversa como uma oportunidade para restaurar as relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente.
Lula destacou que o Brasil é um dos três países do G20 com os quais os Estados Unidos mantêm superávit na balança de bens e serviços, e solicitou a retirada da sobretaxa de 40% sobre produtos brasileiros, além da revisão de medidas restritivas impostas a autoridades nacionais.
De acordo com o comunicado, o presidente Trump designou o secretário de Estado, Marco Rubio, para dar sequência às negociações bilaterais com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Os dois líderes também acertaram um novo encontro presencial, que poderá ocorrer durante a Cúpula da Asean, na Malásia, ou em outro evento internacional. Lula reiterou o convite para que Trump participe da COP30, que será realizada em Belém (PA), e manifestou disposição para realizar uma visita oficial aos Estados Unidos.
Ainda segundo o governo brasileiro, Lula e Trump trocaram números pessoais de telefone, com o objetivo de manter uma comunicação direta e contínua entre os dois chefes de Estado. A conversa foi acompanhada, do lado brasileiro, pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, pelos ministros Mauro Vieira, Fernando Haddad e Sidônio Palmeira, além do assessor especial Celso Amorim.
Análise
O diálogo entre Lula e Trump marca um momento simbólico na política externa brasileira, ao sinalizar abertura para o diálogo com governos de diferentes orientações ideológicas. A reaproximação pode fortalecer a posição do Brasil nas negociações comerciais e ambientais internacionais, especialmente no contexto da COP30, e reforça o papel do país como mediador em temas globais. O gesto também demonstra que ambos os presidentes buscam restaurar pontes políticas e econômicas, após períodos de distanciamento diplomático entre as duas nações.