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Venda de área de lazer de ex-empregados da EDP Escelsa Linhares pode ser anulada
Área fica na penúltima quadra do bairro Interlagos 2, em Linhares.
Qualquer negociação envolvendo o terreno do antigo Clube das Acácias, em Linhares, carrega um alerta vermelho. A área de 9.410 metros quadrados está no centro de um processo judicial movido por ex-funcionários da EDP Escelsa, que contestam a venda feita pela Associação Atlética dos Empregados da Escelsa (AAEE) da Serra. A propriedade ocupa a penúltima quadra do bairro Interlagos 2, em Linhares. Segundo a advogada Alciene Maria Rosa, foi ajuizada uma ação para obrigar a associação a apresentar documentos da transação, mas, até o momento eles não foram apresentados e a Justiça ainda não proferiu sentença. Caso o grupo obtenha êxito, a venda pode ser anulada, colocando em risco a posse e a segurança jurídica de qualquer futuro comprador. Foto capa: Josimar Silva
O impasse não é recente. A primeira denúncia veio a público em 2022, quando os sócios fundadores afirmaram ter descoberto naquele ano que o imóvel havia sido negociado sem assembleia e sem qualquer comunicação prévia. Agora, em 2025, a disputa judicial continua praticamente no mesmo ponto: sem acesso à documentação solicitada e sem esclarecimentos por parte da diretoria da AAEE da Serra.
Autores da ação aguardam decisão da justiça para recuperarem a área.
O grupo é formado por 60 ex-funcionários da EDP Escelsa, todos sócios fundadores da AAEE Linhares. Criada na década de 1980 como espaço de lazer para empregados e suas famílias, a associação inicialmente realizava encontros em imóveis alugados. No início dos anos 1990, a conquista veio com a compra parcelada do terreno que abrigaria o Clube das Acácias. Para viabilizar o pagamento, os associados contribuíram com descontos diretos nos contracheques e organizaram eventos para arrecadar fundos.
Na época, a AAEE Linhares não possuía CNPJ próprio e ficou formalmente vinculada à sede da associação, localizada na Serra. Essa ligação administrativa, segundo os ex-sócios, nunca significou perda de autonomia sobre o espaço — mas acabou permitindo que a venda fosse feita sem sua participação.
Além de não terem sido consultados, os autores da ação afirmam que a diretoria da AAEE da Serra se recusa a apresentar documentos fundamentais, como o estatuto da associação, atas de assembleias e registros da compra e da venda do imóvel.
Para a advogada Alciene Maria Rosa, que representa o grupo, esses documentos são cruciais para avaliar a legalidade da transação e embasar uma eventual ação de anulação.
“Há provas claras de que o terreno foi adquirido com recursos diretos dos sócios fundadores, tanto via descontos salariais quanto por meio de eventos que eles realizavam”, destaca.
No processo, foram anexados contracheques antigos, informativos internos de 1993 e 1995 e recortes de jornais que comprovam a participação dos associados na compra. O grupo também relata ter enviado diversas mensagens à diretoria da AAEE em Carapina (Serra), todas sem retorno.
Para os ex-funcionários, a demora na resolução do caso aumenta o risco de perda definitiva de um patrimônio construído coletivamente.
“Não vamos desistir. Queremos justiça e a recuperação do que é nosso por direito”, afirma um dos sócios fundadores.
Enquanto a sentença não vem, a área do Clube das Acácias permanece no centro de uma disputa que se arrasta há anos e que, segundo seus antigos associados, simboliza não apenas a defesa de um imóvel, mas a preservação de uma história construída a muitas mãos.
Com informações do Jornal Terral
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