Saúde
RS declara emergência em saúde pública devido ao surto de doenças respiratórias
O Rio Grande do Sul decretou estado de emergência em saúde pública nesta segunda-feira (19) em resposta ao aumento alarmante de internações por complicações respiratórias. A medida, com validade de 120 dias, tem como objetivo conter o avanço da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que afeta principalmente a população infantil.
Cenário epidemiológico preocupante
Dados oficiais do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) revelam que o estado já registrou 4.099 hospitalizações por SRAG em 2025, com 305 óbitos registrados. Entre as vítimas, destacam-se 10 crianças menores de cinco anos, faixa etária que concentra 1.374 internações. Os principais agentes causadores são influenza, COVID-19 e vírus sincicial respiratório (VSR).
Vacinação abaixo de 29%
Dados divulgados pela Secretaria de Saúde mostram que a adesão à campanha de imunização contra influenza não chegava a 29%, até 15 de maio:
- Apenas 28,5% de cobertura nos grupos prioritários
- Crianças, gestantes e idosos com proteção insuficiente
Secretaria de Saúde libera vacinação para todos
A Secretaria Estadual da Saúde (SES) definiu junto aos municípios a liberação da vacinação contra a gripe (influenza) para a população em geral, desde que acima dos seis meses de idade. Apesar da flexibilidade, a recomendação, porém, segue para que as pessoas dos grupos prioritários façam a dose.
Medidas emergenciais
O decreto governamental, assinado por Eduardo Leite, determina:
- Priorização de leitos clínicos e de UTI para casos respiratórios
- Reforço na estrutura pediátrica do SUS
- Alocação de R$7,15 milhões para Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Com repasse entre R$ 70 e R$ 150 mil por município.
- Dengue agrava situação
A secretária da Saúde, Arita Bergmann, alerta que o sistema de saúde enfrenta pressão dupla: enquanto as doenças respiratórias exigem mais leitos, a epidemia de dengue continua avançando no estado.
A medida busca evitar o colapso do sistema de saúde, que já apresenta filas em emergências e risco de saturação na capacidade de atendimento, especialmente na rede pediátrica.