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Polícia C. de Aracruz desarticula organização que vendia documentos falsos para foragidos da justiça

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A Polícia Civil de Aracruz desarticulou uma quadrilha que fornecia documentos com nomes falsos para foragidos da justiça. Os valores recebidos por cada documento variavam entre R$ 1500,00 e R$ 8000,00. A descoberta do esquema se deu graças ao trabalho da equipe da Delegacia de Infrações Penais e Outras – DIPO chefiada pelo delegado Ricardo Monteiro, que contou com todo o apoio do delegado Leandro Barbosa e de sua equipe da Delegacia de Crimes Contra a Vida –DCCV de Aracruz. A operação foi denominada “Retorno”.

De acordo com o Monteiro, a organização criminosa, que agia em Aracruz e região desde o início de 2013, possuía membros infiltrados tanto na Policia Civil quanto em um Cartório de Registro Civil e Tabelionato de Notas com braço em um escritório de advocacia, localizado no Município da Serra, onde atendiam vários advogados da Grande Vitória.

O delegado Ricardo Monteiro contou como funcionava o esquema. “O empresário Márcio do Carmo Nogueira possui um escritório na Serra, onde oferece cursos profissionalizantes e também serviços de consultoria jurídica. Vários advogados atendiam no local e o empresário era encarregado de arrumar compradores interessados em adquirir uma nova identidade, com nome falsificado, afirmou.”

Ainda segundo o delegado, os documentos eram materialmente verdadeiros, confeccionados em cartório ou na Polícia Civil, como qualquer outro RG. Quando surgiam interessados, os nomes eram passados para uma funcionária de um cartório, localizado em Coqueiral, Aracruz e ela confeccionava as certidões de nascimento. Depois, prossegue monteiro, “as certidões eram entregues a Wagner Querino Muniz, servidor municipal de Aracruz, cedido ao serviço de identificação da Polícia Civil, que funciona na Casa do Cidadão, no Centro da cidade. De posse das certidões, Wagner fazia a coleta de digitais, preenchia as fichas cadastrais e enviava tudo para o Instituto de Identificação da Polícia Civil, em Vitória, que emitia as carteiras de identidade”, acrescentou.

A polícia iniciou as investigações, após diversas prisões de elementos com identidades falsas, que apenas foram descobertos graças à perspicácia de policiais mais antigos, que começaram a estranhar por conhecerem elementos acusados de crimes por nomes que não eram aqueles impressos nos documentos. Um desses casos foi o de um bandido condenado a quase 80 anos de prisão e que, graças ao documento falso, não tinha qualquer crime registrado em seu nome. Com isso, foi aberta uma investigação para apurar a procedência dessas identidades. Interrogados, esses acusados acabaram confessando que tinham comprado os novos documentos.

Imediatamente, foram presos Márcio do Carmo Nogueira no Bairro de Laranjeiras, município da Serra, onde fazia planos para se candidatar a vereador e responde a processos por crimes do gênero. Na última sexta feira, Wagner Querino Muniz e seu filho Marcos Aurélio Lopes foram detidos na residência da família, no Bairro de Fátima, em Aracruz. A funcionária do cartório Jeane Devens Alvarenga, está foragida.

Após conseguir mandado de busca e apreensão, a polícia realizou diligência no cartório de Coqueiral onde foram apreendidos diversos livros que comprovariam as adulterações dos registros de nascimento.

O delegado informou que para a confecção de alguns documentos, a quadrilha reaproveitava nomes de pessoas que já morreram, não havendo assim a necessidade de adulteração dos livros de registros. Por isso, até o momento não é possível calcular o número de identidades falsas negociadas no período de 2013 a 2015.

Os envolvidos poderão ser condenados a penas de 10 a 43 anos de prisão. Eles responderão por crimes de corrupção, falsificação de documento público, inserção de dados em sistema informatizado, participação em organização criminosa e associação criminosa.

Nas duas primeiras fileiras abaixo, é possível conferir os suspeitos de participação na organização. Na terceira e quarta, aparecem compradores dos documentos falsos. Os da última fileira já foram devidamente identificados e detidos. Os da terceira usam documentos falsos e a polícia conta com a colaboração da comunidade para conseguir identificá-los. Denúncias podem ser feitas através do tel 181. Seu anonimato é garantido.

Polícia Civil de Aracruz desarticula organização que vendia documentos falsos para foragidos da just

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De acordo com o Monteiro, a organização criminosa, que agia em Aracruz e região desde o início de 2013, possuía membros infiltrados tanto na Policia Civil quanto em um Cartório de Registro Civil e Tabelionato de Notas com braço em um escritório de ad