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Segunda edição da campanha Não Mate Trate alerta sobre o avanço da doença nas grandes cidades

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Manifesto deste ano apresenta dado alarmante sobre registro de casos da doença nos grandes centros urbanos e enfatiza a importância da prevenção

A segunda edição da campanha "Não Mate Trate" traz um dado alarmante: a Leishmaniose Visceral Canina está chegando aos grandes centros urbanos. Esse é um dos alertas do manifesto promovido pela Virbac para conscientizar as pessoas sobre essa doença que é fatal em 90% dos casos e, o que é pior, pode ser transmitida aos humanos.

 

Há um ano e meio, a eutanásia era a única alternativa para os cães diagnosticados com a doença. Hoje, existe tratamento. A comercialização do medicamento produzido pelo laboratório referência mundial em saúde animal foi aprovada pelos ministérios da Saúde e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em 1996.

 

O objetivo da iniciativa da Virbac, que conta com apoio da ARCA Brasil (Associação Humanitária de Proteção e Bem-Estar Animal) e do Brasileish (Grupo Brasileiro de Estudos sobre Leishmaniose Canina), é divulgar a possibilidade de tratamento. O manifesto Nâo Mate Trate faz parte das ações da Semana de Combate à Leishmaniose Visceral Canina, comemorado na segunda semana de agosto – o dia 10 foi instituído pelo Ministério da Saúde como o Dia Nacional de Combate à doença.

 

A data celebra a luta pela vida animal. Após serem infectados pela picada do mosquito palha, muitos deles não morrem por conta das complicações, mas por que são eutanasiados. Isso ocorre devido à falta de informação. "Muitos animais ainda são levados à eutanásia sem que as pessoas sequer sejam informadas sobre a possibilidade de tratamento", alerta o médico veterinário da Virbac, Ricardo Cabral.

 

O manifesto também destaca a prevenção como a grande aliada no combate à leishmaniose visceral. "Afinal, a Leishmaniose Visceral Canina não é transmitida por mordida, arranhão, lambedura, urina ou fezes do cachorro. A transmissão ocorre quando as fêmeas do mosquito palha picam cães ou outros animais infectados e depois picam o homem", explica Cabral.

 

Rumo às grandes cidades

De acordo com um artigo publicado, em junho, no portal da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo), a doença antes restrita à zona rural e à região Nordeste, avança para as grandes cidades. As cidades de Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS) registraram os primeiros casos em humanos no ano passado.

 

Além disso, um estudo elaborado pela Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) e divulgado em fevereiro deste ano, revela que a leishmaniose visceral humana segue rumo à capital paulista. Segundo esse trabalho, o primeiro caso foi registrado no estado de São Paulo, em 1980, no município de Araçatuba. De lá até 2016, mais de 2,7 mil pessoas moradores de cerca de 100 municípios do interior e do litoral paulista contraíram a doença – no Guarujá, duas crianças morreram no final de 2106.

 

Prevenção, a grande aliada

É importante lembrar que o tratamento dos cães é apenas uma medida necessária para a prevenção da leishmaniose visceral dentro de um conjunto de outras ações. O combate à proliferação do mosquito palha é fundamental para reduzir a incidência da doença. "Afinal, a Leishmaniose Visceral Canina não é transmitida por mordida, arranhão, lambedura, urina ou fezes do cachorro. O animal é apenas um "reservatório" para os mosquitos. A transmissão ocorre quando as fêmeas do mosquito palha picam cães ou outros animais infectados e depois picam o homem", esclarece o médico veterinário.

 

Para impedir a proliferação do inseto é necessária a adoção de medidas simples, que vão desde o uso de repelentes até a limpeza periódica dos quintais e da casa, como retirada das frutas em decomposição, do material orgânico e das folhas que caem das árvores.

 

Tratamento

O medicamento fabricado pela Virbac possui a miltefosina em sua composição, um princípio ativo que age na membrana do parasita, provocando sua morte e evitando sua reprodução. É importante destacar que o produto só pode ser adquirido mediante a prescrição de um veterinário e deve administrado em uma dose diária única de 2 mg/kg durante 28 dias consecutivos. "Os animais devem ser reavaliados a cada quatro meses, pois, embora não sejam infectantes, permanecem parasitados pelo resto da vida. Essa reavaliação indicará se há necessidade de um novo ciclo de tratamento", explica Cabral.

 

Com o uso do medicamento, o animal poderá obter a cura clínica e epidemiológica, reduzindo significativamente a quantidade de parasitas em seu organismo e, com isso, deixar de ser transmissor da doença.