Policial

Sindicato dos delegados critica precariedade em delegacias de Fundão, Ibiraçu e João Neiva

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O grande número de casos de violência e tráfico de drogas na região do entorno de Aracruz poderia ser reduzido se não fossem as condições precárias das delegacias da região. Foi o que revelou o delegado Rodolfo Laterza, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Espírito Santo e da Associação de Delegados do Estado (Adepol).

Nesta terça feira (12), em entrevista ao Site Aracruz, Laterza afirmou que a situação é de colapso na Polícia Civil e que em várias delegacias do Estado os policiais não têm as menores condições de trabalho. Como exemplo ele citou a insuficiência do efetivo na Polícia Civil de Fundão.

“Um município que faz parte da região metropolitana, como Fundão, não tem se quer um delegado. Hoje a delegacia local só conta com um policial”, afirmou, lembrando que assim é impossível realizar investigações.

O delegado que responde pelo município de Fundão é Fabiano Alves, que é o titular da delegacia de Ibiraçu, município que também fica prejudicado devido à sobrecarga de seu delegado.

“É absolutamente impossível um delegado dar conta de dois municípios, e no Estado temos temos profissionais respondendo por até quatro cidades. Cada município tem uma demanda de milhares de pessoas. Ainda que o delegado fosse uma máquina programada não daria conta. Não adianta querer que se reduza a criminalidade diante de tanta precariedade. Isso é simplesmente enganar a população”, concluiu Laterza.

O que torna mais grave a situação em Fundão é que além da delegacia na sede, há também o posto da Polícia Civil em Praia Grande aonde é alto o índice de criminalidade e o posto estaria praticamente desativado.

Em João Neiva, todo o efetivo da Polícia Civil se resume a apenas um delegado, uma escrivã e dois investigadores, porém um dos investigadores ficará de licença até o mês de outubro.

Diante dessa situação, que seria real em várias delegacias do ES, policiais civis iniciaram uma série de manifestações na manhã da última segunda feira fazendo várias reivindicações. Cerca de 800 profissionais se reuniram na chefatura de Polícia Civil, em Vitória, dando início ao movimento denominado “Cumpra-se a Lei.”

Segundo o presidente da Adepol, o Governo estaria descumprindo a Lei de promoções ao seguir uma Portaria, editada em 8 de abril, que excluiu a promoção de centenas de policiais que deveriam ter sido promovidos no mês de janeiro do ano corrente.

Ainda segundo Laterza, os policiais precisam de uma reposição salarial de pelo menos 70%, acrescentando que esses profissionais não recebem reajuste real há 12 anos.

A possibilidade de uma greve da Polícia Civil ainda não é uma realidade, porém novas manifestações devem ocorrer e a próxima delas está marcada para esta segunda feira (17).

Procurada por nossa reportagem, a Secretaria de Estado de Segurança Pública não se pronunciou sobre as declarações do policial.

Em breve nota afirmou: A Polícia Civil informa que nenhum serviço sofreu interrupção no atendimento na manhã da última segunda-feira (11) - dia da manifestação sindical. As reinvidicações sindicais estão sob avaliação.