Economia

Aracruz - Preço da carne dispara e pode elevar valor da cesta básica

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Para representante do Dieese, se governo não tomar nenhuma medida, dezembro vai começar com preços ainda mais altos
 


O aumento nos preços da carne bovina tem surpreendido consumidores por todo o Brasil. Em Aracruz não é diferente, em supermercados da cidade é possível perceber o quanto os preços subiram e, para muitas famílias, programar churrasco de fim de ano vai ficar complicado.

Uma das carnes procuradas para churrasco, a chã de dentro, que há poucos dias podia ser comprada a R$ 23,00 ou a R$ 20,00 (na promoção), ontem era encontrada a R$ 39,90. Um aumento de quase 100% se comparado ao valor da promoção.

Carnes como acém e paleta, que antes eram encontradas na faixa de R$ 15,00, agora são vendidas em média a R$ 24,00. A alta das carnes tem feito o item desaparecer dos panfletos promocionais por já não serem um atrativo para os consumidores.

Curiosamente, a alta parece não ter chegado a todos os cantos do Brasil. Também nesta quarta-feira, um morador de Aracruz encaminhou preços praticados ontem em Salvador - BA, onde se encontra chã de dentro, alcatra e contra filé, por exemplo, a R$ 21,00 Curiosamente, nos dois estados a arroba do boi gordo era cotada a R$ 195,00 nesta quarta-feira (27).

A alta dos preços se deve ao aumento de exportações para a China, impulsionadas pelo recorde no valor do dólar, e a estimativa é de que os valores continuem subindo nos próximos meses.

O acúmulo ao longo do ano, no entanto, já faz com que o brasileiro tenha que abandonar o alimento ou fazer substituições: levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), de janeiro a novembro, mostra que a carne bovina de primeira manteve alta praticamente constante em 12 capitais, sendo que a pesquisa abrange 17 cidades no total.



“O que temos observado é que, pelo aumento das exportações, a carne vai continuar em alta. A cesta básica também vai começar 2020 mais alta puxada por ela. Vamos esperar para ver se o governo faz algum tipo de política. Nesses casos, é aconselhável agir com algumas medidas, como subsídios. Mas, se ele não fizer nada, dezembro vai começar com valores ainda mais altos”, conta Patrícia Costa, supervisora de preços do Dieese (Departamento intersindical de Estatística e Estudos).

O reflexo da alta de preços fez o Brasil bater recorde no consumo de ovos em 2019. Até o final do ano, cada brasileiro terá comido em média 230 ovos, quase o dobro do que era consumido há 10 anos. A estimativa é da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).